Gerente de loja foi despedido porque trabalhava horas a mais
O caso, pouco habitual, aconteceu em Barcelona, num
supermercadoUm gerente de loja foi despedido por trabalhar horas a mais. O
caso, pouco habitual, aconteceu em Barcelona, num supermercado Lidl.
Jean P., que
trabalhava no Lidl há 12 anos, normalmente começava a trabalhar mais
cedo do que o que era suposto. Às vezes, às 5:00, já estava a distribuir
paletes e a organizar a loja, sem marcar o ponto. Isto é o que diz a cadeia de
supermercados alemã que, para investigar o caso, acedeu a imagens de videovigilância.
Trabalhar sem marcar o ponto foi, de resto, um dos seus
erros. Segundo o El País, que teve acesso à carta de despedimento do
trabalhador, o Lidl afirma que Jean violou uma das mais importantes normas da
empresa: a norma que determina que o trabalhador “é pago por cada minuto que
trabalha e cada minuto que trabalha tem de ficar registado”.
Jean P. cometeu outro grande erro, diz a empresa, que foi
ter passado muito tempo a trabalhar sozinho. Algo que também está proibido nas
normas internas por motivos de segurança.
Mas o grande problema, e que terá levado ao início da
investigação, foi outro: é que o gerente não só trabalhava mais horas, como
tentava convencer os outros a fazer o mesmo. Na mesma carta, o Lidl indica que
recebeu várias queixas de outros empregados, alegando que Jean P. os tentava
convencer a chegar mais cedo ao trabalho.
Por tudo isto, o Lidl acusou o gerente de “incumprimentos
laborais muito graves” e despediu-o
Jean P, não gostou, naturalmente, da decisão e levou a
cadeia de supermercados aos tribunais, exigindo a sua readmissão.
A primeira sessão do julgamento ocorreu esta quarta-feira e,
em tribunal, o gerente afirmou que nunca obrigou ninguém a ir abrir o
supermercado e que a empresa, em nenhum momento, o avisou que não podia chegar mais
cedo para preparar a loja.
Mais, Jean denunciou a “hipocrisia” do Lidl, alegando que
era submetido a “pressões para conseguir objetivos nas vendas” e que, se não
tivesse trabalhado horas em mais, em determinados dias, não teria conseguido
atingir essas metas.
O advogado do funcionário, Juan Guerra, sublinhou ainda que
se Jean violou alguns procedimentos não foi para o seu proveito, mas para
“beneficiar a empresa”.
Curiosamente o que se sanciona aqui, e que não é habitual, é
trabalhar demasiado e esforçar-se para que a loja funcione corretamente."
In TVI24