quinta-feira, 21 de julho de 2016

"Milhares de portugueses" à procura de Pokémon

"Milhares de portugueses" à procura de Pokémon 


A aplicação só foi lançada de forma oficial na passada sexta-feira em Portugal, mas desde então que se multiplicaram os serviços não oficiais para os utilizadores de Pokémon GO, desde quem "passeia" Pokémon a quem "choca ovos". A própria Nintendo reconhecia, no comunicado inicial, que já antes do lançamento havia "milhares de portugueses" a sair à rua para procurar Pokémon em locais como "igrejas, praias e restaurantes", surgindo múltiplos relatos e imagens de concentrações em locais públicos de noite e de dia no grupo de Facebook da aplicação para telemóveis, que conta com mais de 23 mil membros. A aplicação da Niantic encontra-se no topo da lista de transferências quer do iTunes quer da loja da Google (onde foi descarregada, a nível mundial, 1,2 milhões de vezes), e fez com que uma série de serviços fossem listados no portal OLX. Na zona de Lisboa, há quem venda passeios de mota ("tenho capacete extra com a higiene necessária", lê-se no anúncio) entre 10 e 20 euros, ou de barco pelo Tejo por 40 com "paragem em todos os ginásios e 'pokestops' à escolha do cliente". Na aplicação, o utilizador torna-se num treinador de Pokémon (criaturas animadas com vários formatos, com potencial de evolução e transformação para níveis superiores) que deve capturar tantos quantos puder, desenvolvê-los e eventualmente realizar combates com outros jogadores. Em Setúbal, há, novamente através do OLX, pelo menos, um "chocador de ovos" com "vasta experiência, sem equipa, sério" que diz recolher os telemóveis dos clientes e entregar em sítio a combinar cobrando três euros por "chocar" um ovo de dois quilómetros, sete euros por um de cinco e 10 euros por um de 10 quilómetros, o que significa que, uma vez apanhado um ovo de Pokémon, é necessário colocá-lo numa incubadora e andar -- literalmente -- a distância necessária até obter o dito. Na quarta-feira, um utilizador do OLX de nome António chegou a publicar um anúncio (o seu primeiro naquele portal) de instalação da aplicação por cinco euros, sem realçar que a aplicação é gratuita. Caça chega aos transportes públicos e turísticos no Porto A 'febre' do jogo Pokémon GO chegou aos transportes públicos e turísticos no Porto, onde táxis, tuc-tuc, motas ou guias a pé estão a disponibilizar serviços na página de vendas da Internet OLX com viagens a 20 euros/hora para se "caçar pokémons". Taxista de profissão há seis anos, Sérgio Dias tem 29 anos de idade e colocou precisamente às 19h55 do dia 15 de julho, na sexta-feira passada, um anúncio no sítio da Internet OLX a vender o serviço de transporte Pokémon GO Táxi na área do Porto, Matosinhos, Gondomar e Valongo. O preço é 20 euros por hora, ou seja, se forem seis passageiros pagam 3,30 euros cada um, com fatura se necessário, informa aquele motorista, informando ainda que fornece Internet gratuita e possibilidade de carregar os telemóveis. Para a próxima semana, Sérgio Dias, avançou à Lusa que tem já agendados dois serviços com grupos de jogadores de Pokémon, um jogo desenvolvido pela Niantic e distribuído pela Nintendo, com uma média de idades de 20 anos. No centro do Porto e no Estádio do Dragão "há muitas pokestops" e na "Rotunda da Boavista há ginásio", descreve Sérgio Dias, que joga pokémon há 21 anos, ou seja desde 1995, e que confessa que se fizer um ou dois serviços destes já "se sente satisfeito". Segundo Sérgio Dias, este serviço é muito semelhante a outra qualquer corrida com turistas. "O que faço é o mesmo que faço com os turistas. A diferença é que os turistas olham para a paisagem e os jogadores olham para o telemóvel", explica. A ideia de colocar um anúncio surgiu-lhe quando viu uns motoristas norte-americano a fazer o transporte dos jogadores de Pokémon GO. Também Pedro Cunha colocou um anúncio no OLX na segunda-feira passada publicando que levava jogadores de Pokémon GO pelas área do Porto, Matosinhos, Gaia, Maia, Gondomar, Fazeres, São Pedro da Cova, Rio Tinto, Ermesinde e Valongo, informando que viajava "devagarinho" e que parava para "chocar os ovos", com paragem em "todos os pokestops e ginásios a escolha do cliente". Pedro Cunha disse à Lusa que apesar do anúncio ter começado por "uma brincadeira com um amigo" já recebeu "alguns pedidos" de serviços de jogadores. Pokémon Go pôs Bragança na rua O jogo Pokémon Go pôs em poucos dias Bragança na rua, com concentrações, sobretudo de jovens, até altas horas da madrugada nos locais sinalizados com a presença dos bonecos virtuais. "A zona do castelo é uma loucura" foi o que ficou a saber recentemente o comandante da PSP de Bragança, Amândio Correia, que desconhecia o jogo e o seu impacto a nível local, até ter questionado os agentes depois do que tem ouvido. Em termos policiais, "não tem havido problemas", garantiu o comandante que confessou à Lusa ter ficado curioso e que irá passar pelo castelo para observar o fenómeno. Surpresa foi também a reação de Luís Portugal, proprietário de um restaurante no largo do Castelo, quando, na terça-feira à noite, um grupo de jovens, na casa dos 20 anos, lhe entrou pelo estabelecimento, todos de telemóvel na mão. "Diziam que havia aqui um", contou à Lusa confessando que "não fazia ideia do que se tratava", pois tinha acabado de regressar de férias do estrangeiro sem ainda ter ouvido falar da febre com o jogo que em 15 dias conquistou o mundo. "Pensei que havia algum bicho dentro da tasca", brincou, quando os ouviu "gritar a todos: está aqui, está aqui". A filha já descarregou o jogo no telemóvel e o empresário vai "ver o que é isso" para conhecer os bonecos que contagiaram e estão a fazer correr e a sair à rua as gentes de Bragança. 

in Correio da Manhã

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