Uma fraude irresponsável, alegadamente com bons motivos, enganou muita gente durante meses.
Os amadores de causas mobilizaram-se. Um sugestivo poster a preto-e-branco começou a fazer a sua carreira de ícone
"Hoje, aproximadamente às 18h00, hora de Damasco (...) Amina encontrava-se na zona da estação de autocarros Abbasid (...) Foi agarrada por três homens na casa dos vinte. Segundo a testemunha (que não quer a sua identidade revelada), estavam armados. Amina bateu num deles e disse à amiga para ir chamar o seu pai (...) Um dos homens pôs-lhe a mão na boca e empurraram-na para dentro de um Dacia Logan vermelho com um autocolante de Basel Assad (...) Presume-se que os homens são membros de um dos serviços de segurança ou das milícias do partido Baath. Desconhece-se o lugar onde agora se encontra Amina, e não é claro se está numa prisão ou detida algures em Damasco (...) Se alguém souber algo sobre o seu paradeiro, por favor contacte...".
O relato não podia ser mais alarmante. Havia quatro meses que Amina Arraf, uma lésbica sírio-americana a viver em Damasco, fazia sensação com o seu blogue onde relatava o dia-a-dia na capital.
Histórias de propaganda maliciosa, de internet cortada, de violências horríveis, e de uma população jovem que procurava corajosamente reclamar a sua dignidade. Sendo um dos lugares onde a chamada primavera árabe mais sangue tem feito correr, é também daqueles onde mais exemplos heroicos aparecem.
in Expresso
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