Em algumas regiões do México, representantes dos chamados "muxes", nome de origem indígena zapoteca dado às pessoas que não se definem nem como homens nem como mulheres, estão ganhando cada vez mais espaço na vida pública.
Amaranta Gómez foi a primeira muxe a se candidatar para o Congresso mexicano.
Ela começou a se travestir na década de 80 e hoje é uma das ativistas mais respeitadas em Juchitán.
"Foi uma revolução quando começamos a nos vestir com saias. Foi um choque ideológico. Fomos as buchas de canhão", afirmou à BBC, acrescentando que tiveram que enfrentar muitas críticas por defender o seu direito de se vestir como queiram.
Em um país em que a homofobia ainda faz parte do dia-a-dia, muxes vestidos como homens ou mulheres passeiam pelas ruas de Juchitán, no Estado de Guajaca, sem serem incomodados.
O ativismo já pode ser visto em locais públicos. Um salão de beleza, por exemplo, funciona também o escritório local para prevenção de HIV/Aids, administrado, pela primeira vez, por um muxe.
"Nós conquistamos o espaço que nos é de direito porque somos seres humanos. É um grande passo no sentido de avançar na luta pelo comunidade muxe. Estamos entre os homens e as mulheres", afirmou Felina Santiago Valdivieso, diretora de Prevenção para HIV/Aids da cidade. Reza a lenda no sul do México, que Deus pediu a São Vicente Ferrer que pusesse um homossexual em cada cidade da região.
Mas ao chegar à Juchitán, o saco em que carregava as pessoas se rasgou e todos os muxes caíram.Todo ano, a cidade comemora a diversidade na festa de Vela.
in BBC Brasil
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