Depilação em salão de beleza pode ser pecado

Um imã turco defende que é pecado uma mulher muçulmana ir a um salão de beleza para se depilar. Para Ali Riza Demircan, a exceção aplica-se a mulheres que por problemas de saúde ou pela idade avançada não consigam tratar da sua higiene corporal sozinhas. O imã diz ainda que devia ser proibido o uso de biquíni.

Ali Riza Demircan está a causar polémica com um artigo que escreveu para o jornal "Takvim". Na opinião deste imã turco conservador, é pecado as mulheres muçulmanas deslocarem-se a um salão de beleza para se depilarem e a exceção só se aplica às que, por motivos de doença ou por idade avançada, já não consigam tratar da sua higiene corporal sozinhas. Só por estes motivos "uma mulher poderá ir a um salão de beleza e pedir ajuda a outra mulher. Mas só neste caso", adverte o imã.

Para além disto, Ali Riza Demircan defende que o uso de biquíni deveria ser proibido, por ser inaceitável qualquer mulher insinuar o seu aparelho reprodutor, quer seja a desconhecidos numa praia ou a familiares femininos ou masculinos.

O imã reivindica que, segundo o Islão, as mulheres só podem mostrar as mãos, a cara e os pés e ninguém, "à exceção de um médico ou de uma pessoa imprescindível", pode ver os genitais femininos.

Assim, segundo o jornal turco "Hurriyet", o imã apela ao arrependimento de todas as mulheres muçulmanas que já usaram biquíni.

Esta opinião está a causar polémica num país onde a liberdade religiosa é um tema fraturante.

Nurhak Almacak, uma jovem que não professa a religião muçulmana sunita, defende "só as mulheres devem decidir sobre o que lhes diz respeito".

Já para Ouasima Ibn Salah, uma muçulmana praticante, a realidade já deve ser outra. "Não é natural mostrar certas partes do corpo a outros e isto equivale, por exemplo, ao facto de não levarmos uma minissaia para o trabalho", exemplifica, segundo o jornal "El Mundo". Em toda a Turquia, à exceção de Istambul e das regiões turísticas do mediterrâneo, não é normal ver uma mulher de biquíni, acrescenta.

in JN