Portugal tem única múmia do Mundo com cancro
A múmia egípcia com mais de dois mil anos, pertencente ao Museu Nacional de Arqueologia (MNA), é um caso único mundial, após lhe ter sido diagnosticado um cancro na próstata, adiantou à Lusa o investigador Carlos Prates.
Após exames de tomografia que permitiram reconstituir, a três dimensões, todo o corpo mumificado, foi diagnosticado a esta múmia, com cerca de 2300 anos, um cancro na próstata com extensões ósseas.
"É um caso único, sendo provavelmente o segundo mais antigo conhecido. Há um achado referente à mesma hipótese nuns ossos muito degradados encontrados na Sibéria, cujas análises presumem que as razões de morte tenham sido cancro na próstata, mas não há radiografia, nem imagens, e dão a idade de 2700 anos; a múmia de Lisboa tem à volta de 2300 anos", disse à Lusa o médico radiologista Carlos Prates, coordenador da equipa clínica.
"É o primeiro caso de cancro na próstata achado numa múmia egípcia que se encontra enfaixada, e sem terem sido usados métodos destrutivos", salientou Carlos Prates.
"Não há nenhum diagnóstico de cancro na próstata numa múmia egípcia, nem de patologia maligna numa múmia que não foi aberta para ser investigada, como era prática no século XIX, até à invenção do raio X", disse o médico radiologista.
A múmia, do período ptolomaico (305 antes de Cristo), é designada cientificamente como 'M1' e integra o 'Lisbon Mummy Project', que se iniciou em 2007 e terminou há cerca de um ano, estando os resultados científicos à espera de publicação numa revista da especialidade.
Só depois da publicação é que se pode revelar todos os pormenores da investigação multidisciplinar que envolve duas outras múmias também pertencentes ao espólio do MNA, mas mais antigas, e animais mumificados que foram os primeiros a ser analisados.
in Correio da Manhã
Sem comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelas SUAS palavras!