Pai e filho nadam 12 horas após naufrágio
Tentando não morrer de frio na água gelada e chegar a terra, um pescador e os seus dois filhos nadaram durante mais de 12 horas no meio da escuridão, na madrugada de quarta para quinta-feira, depois de o barco em que seguiam ter naufragado na Lagoa dos Patos, entre Viamão e Palmares do Sul, no estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Os três náufragos só foram localizados de manhã, a muitos quilómetros do local da tragédia.
Daurélio Braga da Cunha, de 54 anos, e os dois filhos, Ataíde Felipe Oliveira da Cunha, de 26, e Leonardo Oliveira da Cunha, de 15, tinham saído de Viamão em direcção a Palmares do Sul, no outro lado da enorme lagoa, onde vivem. A meio da tarde de ontem, no entanto, a embarcação começou a apresentar problemas e afundou junto ao local conhecido como Pontal da Deserta, numa área distante da margem.
Depois de ficarem algumas horas à deriva, a boiar, pai e filhos decidiram começar a nadar, mesmo no meio da assustadora escuridão, tanto para não morrerem de frio na água gelada da profunda lagoa, quanto para tentarem chegar o mais próximo possível da margem. Na esperança de chegarem a terra ou serem avistados por alguma embarcação, nadaram por mais de 12 intermináveis horas.
Antes do barco afundar, Ataíde ainda conseguiu usar o telemóvel e pedir socorro à mulher, que estava em Palmares do Sul e avisou os bombeiros, a polícia e outros pescadores daquela cidade e também de Viamão. Olivério Braga Júnior, de 35 anos, primo de Daurélio, contou que vários pescadores lançaram os barcos à água mas não conseguiram localizar os náufragos antes do anoitecer e tiveram que regressar a terra, o mesmo tendo feito os bombeiros e a polícia, que recomeçaram as buscas ao amanhecer de quinta-feira.
Pouco depois das nove horas da manhã Leonardo foi avistado num banco de areia, já na margem, perto de Viamão, onde conseguira chegar sozinho mas absolutamente exausto. As equipas de resgate foram avisadas e salvaram também os outros dois.
Nos hospitais para onde foram levados, não foi detectado nada de muito grave. Daurélio e Leonardo, que usavam coletes salva-vidas, estavam apenas sem forças, e Ataíde, que sobreviveu agarrado a uma bóia, apresentava um quadro de hipotermia, situação que foi rapidamente combatida pelos médicos.
in Correio da Manhã
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