Padre pára baptizado por descobrir que padrinho é gay
O padre da paróquia de Nossa Senhora da Conceição, no sul de Espanha, travou a celebração de um baptizado quando descobriu que o padrinho era homossexual e que estava casado pelo civil com outro homem, uma união que a lei espanhola permite. A família da menina de seis meses não se conforma e vai levar o caso para tribunal.
O padrinho é um ex-catequista, trabalhador da Cáritas, membro de confrarias e garante ser católico praticante. Mas os requisitos não chegaram para o padre Manuel García aceitar a escolha dos pais. A mãe da menina, Dolores Muñoz, garante que foram cumpridas todas as exigências feitas pela Igreja. “Perguntaram se os pais e padrinhos estavam baptizados e confirmados. Depois se todos estávamos casados e respondemos que sim. Nunca pensámos que teríamos que avisar que ele era casado, mas com um homem. Ele cumpria as normas”, afirmou a progenitora, em declarações à imprensa espanhola.
Mas o facto do padrinho ser casado com outro homem bastou para o pároco Manuel García impedir a celebração e informar os pais que só baptizaria a menina se escolhessem outra pessoa.
Os progenitores queixaram-se ao arcebispo da província de Jaén, por considerarem que tratar-se de uma descriminação e denunciaram o caso publicamente. O arcebispado respondeu, através de comunicado, apoiando o pároco e explicando que um padrinho católico precisa ter uma vida “congruente”.
A mesma nota garante que não se trata de discriminação. “Esclarecemos que este tema para evitar os juízos sobre uma suposta discriminação na actuação do sacerdote, que apenas reitera a necessidade de cumprir a normativa eclesiástica universal”, pode ainda ler-se no mesmo comunicado.
Os pais da menina não se conformam e já anunciaram que vão levar o caso para os tribunais. A Associação Colega – Colectivo de Gays, Lésbicas e Transexuais – apoia a família, considerando que a decisão da Igreja é “uma homofobia sacerdotal”.
in Correio da Manhã
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