Bebé prematuro "salvou" família do tsunami no Japão
Haruse nasceu prematuro, a 11 de Março de 2011, dia fatídico para o Japão, abalado por um sismo de magnitude 9 e um tsunami devastador. Devido ao nascimento do terceiro filho, Kenji tirou folga no trabalho e escapou à morte (quase) certa. "Ele nasceu para nos salvar", acredita a avó do menino.
Kenji Sato, de 31 anos, descendente de pescadores da cidade costeira de Minamisanriku, tirou folga a 11 de Março de 2011 devido ao nascimento do terceiro filho.
Haruse - que significa Primavera Brilhante - quis nascer um mês mais cedo que o previsto, no hospital da Cruz Vermelha da cidade vizinha de Ishinomaki. Eram 04.00 horas e pesava 2,6 quilos. "Nasceu para nos salvar", acredita a avó, Kazuko, que naquele dia também gozou folga no hospital de Minamisanriku.
Horas depois, Minamisanriku foi devastada pela força do tsunami que se seguiu ao sismo de magnitude 9 que abalou o Japão naquele 11 de Março. Esta cidade costeira foi das mais afetadas. Cerca de 1300 dos seus 17 mil habitantes morreram. A casa de repouso na qual Kenji trabalhava ficou reduzida a uns pilares de aço. Os 70 residentes foram levados pelas águas.
Quando Kenji regressou à cidade natal, viu corpos amontoados e destroços e participou no resgate dos corpos e busca pelos desaparecidos. "Confirmei que a minha mulher e filho estavam a salvo. Depois, passei dias a fio a identificar corpos e à procura de centros de evacuação para os mais idosos", contou o jovem à agência Reuters.
"Vi o meu filho pela segunda vez apenas quando nos voltamos a reunir, no início de Abril", recorda. "Desejava que tudo o que aconteceu pelo meio fosse apenas um pesadelo".
Como o hospital de Ishinomaki foi poupado pelo tsunami, depressa ficou sobrelotado com vítimas do sismo e tsunami "Tive de sair três dias depois do parto", lembra Hiromi, de 34 anos, quando o período normal de internamento das mães é de uma semana.
Após o nascimento, Haruse foi diagnosticado com Síndrome de Down (ou trissomia 21). "Não sabia nada sobre isto e fiquei preocupada em não ser capaz de o criar corretamente, mas decidimos tratá-lo como os nossos outros dois filhos", Anji e Oto, de quatro e cinco anos, acrescentou Hiromi. "A única diferença é que temos de o levar a um médico especialista de vez em quando".
No domingo, a família Sato estará de novo reunida em torno de Haruse. Haverá gelado e bolo na festa do primeiro aniversário. E a alegria renovada de terem sobrevivido à tragédia que causou mais de 20 mil mortos e uma crise nuclear no Japão.
in JN
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