Um casal de gémeos, que foram adoptados ainda em bebés por famílias diferentes, casaram-se sem saber que eram irmãos, acabando por divorciar-se ao descobrirem a verdade.
Durante um debate na Câmara dos Lordes sobre Fertilidade e Embriologia, Lord Alton falou sobre o caso deste casal de gémeos que se conheceram em adultos e que se casaram sem se aperceberem de que eram irmão e irmã.
Quando os dois, que sentiram uma "atracção inevitável", descobriram o grau de parentesco, um tribunal anulou o casamento a seu pedido.
Lord Alton usou este exemplo para realçar a importância das crianças adoptadas terem acesso à identidade dos pais biológicos. A identidade dos envolvidos foi mantida em segredo.
Numa entrevista à BBC, Lord Alton afirmou que o caso sublinha a importância de uma necessidade de fortalecimento dos direitos das crianças em saberem a verdadeira identidade dos pais, acrescentando que aqueles que estão em relações biológicas desconhecidas irão facilmente sentir-se atraídos, o que poderá levar a uma tragédia semelhante à do casal descrito.
Pam Hodgkins, da associação Adult Affectes by Adoption, que se dedica a adultos afectados por terem sido adoptados, concordou que já houve casos entre irmãos não reconhecidos que se sentiram atraídos um pelo outro. Concluiu que o forte tabu do incesto não se aplica a quem não sabe do seu laço biológico.
Mo O'Reilly, director da Associação para Adopção e Acolhimento Britânica, afirmou que "esta situação é traumática para os envolvidos, mas extremamente raro", sublinhando que há 30 ou 40 anos seria mais provável gémeos separados à nascença constituírem família mais tarde.
"Este caso ilustra o porquê de nos últimos 20 ou 30 anos este assunto ser tão importante", frisou Mo O'Reilly.
in Correio da Manhã
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