Sim, a gordura, esse tecido molenga que faz questão de crescer com o passar dos anos, um dia pode salvar a sua vida. É que cientistas da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) descobriram que algumas células-tronco encontradas na gordura são capazes de sobreviver em ambientes insalubres.
A descoberta aconteceu por acaso. O investigador Gregorio Chazenbalk estava a separar células-tronco no laboratório quando um dos equipamentos pifou. Ao invés de jogar as amostras fora, Chazenbalk preferiu deixar ali e ver quais sobreviveriam sem nutrientes e oxigénio. A maioria morreu – excepto aquelas derivadas do tecido adiposo.
Ele, então, decidiu fazer novos testes. Encomendou gordura extraída de mulheres em cirurgias de lipoaspiração e percebeu que estas células eram bem mais resistentes e ainda tinham a capacidade de se transformar em vários tipos de células, como muscular, osséa, adiposa, cardíaca, neuronal e fígado. “Elas podem sobreviver em condições em que apenas células do câancro conseguem viver”, comemora Chazenbalk. Ele acredita que estas células podem, por exemplo, ajudar a restaurar os tecidos do coração depois de um enfarte.
Na verdade, em 2001, um pesquisador japonês já havia descoberto a existência de células-tronco na gordura. Só que essas têm características de células-tronco adultas – o que significa que elas não conseguem diversificar-se em tantos tecidos.
Além do mais, estas células descobertas pela equipa americana parecem não formar tumores, conhecidos como teratomas, como acontece com outras células-tronco. “Essa é uma imensa vantagem porque não é necessário remodificá-las para não produzir teratomas”, diz.
Afinal, tudo nesta vida tem algum ponto positivo. Até as nossas células gordinhas.
in Arco da Velha
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